Johana , beija-me!!!

Levaram me para uma sala fria de odor forte, luz ausente, começaram a interrogar me sobre as mortes da noite passada. Vincent era meu amigo de infância, frequentamos as mesmas escolas, seus pais eram visita regular de nossa casa. A coragem foi algo que sempre o caracterizou, uma coragem involuntária. Desde muito cedo começamos a viajar pelo Mundo, a descoberta fazia parte das nossas deplorareis vidas, o desejo de aventura acabou por ser fatal. Na noite passada depois de um dia desgastante de trabalho fomos jogar Poker a casa de Humanik, uma pratica comum desde o tempo de Vegas. Todos os jogadores presentes eram os mesmos de outras noites, a meio do jogo fizemos uma pausa para tratar de negócios. O perfume invadiu a sala tal como o seu corpo de adolescente, curvas virgens, os lábios eram de uma perfeição digna dos melhores livros de Anatomia. Johana , filha de Marcus, tinha o poder das damas do renascimento, sua presença era capaz de enfeitiçar o mais bravo dos cavaleiros, o sorriso equiparável ao mais fatal dos venenos.
Suas mãos delicadas mas de forma esguia, pegaram no meu copo de whisky, de postura altiva bebeu, colocou uma pedra de gelo na boca, devolveu me o copo, sem antes de retirar o cubo de gelo da boca e coloca-lo novamente no copo.
Olhei rápido para a sala para ver se alguém tinha visualizado o momento de pura fantasia sexual. Gritei para voltarmos para o jogo, já não conseguia disfarçar o quanto excitado estava.
Vicent sorria do outro lado da sala, o risco de cocaína que estava pronto a “chutar” era o motivo.
A droga era o esconderijo seguro que este tanto buscava, não o censurava, pelo contrário, adorava excentricidade que esta depositava na sua alma.
– Como explica o sangue que tem na sua roupa? Algum era meu, devido aos pontapés que me tinham dado.
Ao procurar Vicent, imaginei mil e uma coisas, mas nunca a morte, sabia que ele tinha inimigos, as missões no Líbano nestes últimos 4 anos fizeram de nós alvos, mas de todos os bandidos, que animal faria uma coisa daquele género.
Ao entrar no Quarto deparei me com um quadro de Georg Grosz, visto a quantidade de carne distribuída ao acaso, encontrei a cabeça junto á janela, se tivesse mais dias era um busto de um imperador romano, de olhos muito abertos com expressões de quem arde no inferno. Não tive duvidas da arma utilizada, uma faca de cozinha, pelo padrão e pela força utilizada. Ao desligar o rádio , encontro um dedo. Este dedo não estava ali colocado ao acaso. Significava que alguém tinha falado de mais!!!

CONTINUA…