segunda-feira, abril 21, 2008

Amilcar, O Proxeneta Tuga

Aproxima-se o Verão e isso implica renovação de guarda-roupa, Américo detesta comprar roupa, mas sabe o quanto importante é para o sucesso da profissão.
As roupas de cabedal estão em voga, principalmente a cor roxa, apesar que nos últimos tempos o cabedal ser responsável por feridas nos órgãos genitais devido ao cieiro. As correntes e chicotes da época anterior têm de ser trocados, devido ao sangue e ferrugem presentes nos artefactos.
Américo sempre foi conservador e tradicional, sempre foi contra as modernices, demorou imensos anos a habituar-se ao cabedal, não gostava de se ver ao espelho tão apertado. É doido por objectos cortantes, garfo e escova de dentes fazem parte das preferências, outro vicio é ouvir a musica “Oh Emigrante vem devagar” enquanto esquarteja as suas vitimas, fá-lo recordar os pais que foram emigrantes em França, até as suas cabeças serem encontradas dentro de um frigorifico no seu modesto apartamento nos arredores de Orly. Depois da tragédia Américo foi mandado para Portugal para viver com os avos maternos, gente humilde de Viseu, os primeiros tempos de Amy (nome colocado na primaria, devido à voz doce da criança), foram perfeitamente normais, os avos adoravam o rapaz, que desde muito cedo demonstrou qualidades.
Os dias de matança na aldeia era os dias preferidos para Amy que adorava matar os coelhos e galinhas, nada fazia prever que se tornaria proxeneta. Aos 14 anos vai estudar para o Porto para um colégio interno, aqui aprende as técnicas de abafamento. Quando Amy se oferece para matar as ratas que existiam no edifício antigo, todos acham o rapaz muito dedicado, o problema é que ele levava demasiado a sério, ao ponto de matar 10 ratas por dia, depois colocava-lhes ferros nos membros de forma a manobrar os animais e dar-lhe novamente vida, durante muito tempo organizou varias peças de teatro com as ratas robôs, como ele as chamava! Os sábados de manha eram passados junto ao Talho do Neves, a ver o talhante desmanchar porcos com arte e engenho.
Ao terminar o liceu volta para a aldeia dos avos, estes muito orgulhosos do neto, apoiam o rapaz a ser o que ele quiser.
Mas o pior estava para vir, após um ano de pura e ingénua felicidade os avos morrem de uma infecção provocada pela amputação dos membros inferiores.
As mortes dos avos deixam Amy de rastos, entrou em depressão, começou a roer as unhas e a beber saliva! Decide arriscar a sorte em Lisboa, ao chegar verifica que existe muitos sem abrigos e mete mãos à obra, no primeiro ano conseguiu retirar 30 desalojados da rua, grande parte deles são comidos, dos idosos apenas aproveita os olhos para adornar a sua roupa.
Actualmente é babysitter, trabalho que arranjou devido à sua sensibilidade.

2 comentários:

Kispo disse...

tens um subconsciente tao bonito!

Farraj Faruq disse...

comparado com o teu nao passa de uma uva passa